Todos os posts de Thomaz Penteado

Graduando em Engenharia Agrícola da UNICAMP. Profissional com experiência em recursos hídricos, bioenergia, geotecnologias e sustentabilidade no agronegócio.

Água de chuva: Como aproveitá-la?

Por Thomaz Penteado

            Os últimos meses tem sido de muita especulação sobre como ficará a situação hídrica em nosso país daqui pra frente, principalmente nas regiões onde a falta é iminente. Obviamente que sendo a região sudeste a mais impactada no curto prazo e o estado de SP o mais populoso do país, isso toma maior atenção da mídia.

            As chuvas de fevereiro têm caído de forma generosa
por todo o país, com exceção de algumas poucas regiões (nordeste, extremo sul e Roraima) conforme Figura 1. O volume de chuva na casa dos 200 mm representa que estamos ao redor da média para a região sudeste nesta época do ano segundo o Cepagri.

Figura 1. Precipitação acumulada e média pluviométrica Fonte: Agritempo e Cepagri, 2015.
Figura 1. Precipitação acumulada e média pluviométrica
Fonte: Agritempo e Cepagri, 2015.

                  De qualquer maneira, a venda de caixas d’água tanto para uso doméstico quanto industrial vem atingindo recordes nunca antes vistos, chegando-se ao ponto de ter que encomendar o produto e esperar um tempo considerável para a instalação. Acontece que as pessoas estão pensando em si e não no coletivo. Ao instalar uma caixa d’água extra em sua residência, a pessoa estaria teoricamente garantindo o seu abastecimento e respectivo consumo de água. Mas de que serve isso se não há como atender a demanda na captação deste precioso recurso?

            Para resolver ou ao menos amenizar tal problema, podemos fazer uso de técnicas de coleta de água da chuva de baixo custo, que irão desafogar a rede de abastecimento e dar uma enorme contribuição coletiva ao meio ambiente. Tive o prazer de conhecer o Sr. Edison Urbano numa disciplina cursada na Unicamp onde o mesmo apresentou as técnicas de baixo custo desenvolvidas por ele próprio e difundidas de forma gratuita através de mini-cursos, palestras e website (http://www.sempresustentavel.com.br/). Sem mais prolongar o artigo, segue abaixo na Figura 2 um exemplo prático de como podemos fazer a captação e armazenamento desta água que possui muitos fins de utilização.

Figura 2. Aproveitamento de água de chuva Fonte: Edison Urbano, 2015.
Figura 2. Aproveitamento de água de chuva
Fonte: Edison Urbano, 2015.

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Thomaz Penteado  –  Engenheiro Agrícola e Mestrando em Irrigação e Drenagem pela FEAGRI/UNICAMP. Escreve sobre recursos hídricos, bioenergia e agricultura de precisão.

Como aumentar a produtividade dos canaviais

Por Thomaz Penteado

            Está mais do que claro que os canaviais brasileiros necessitam aumentar suas produtividades ou ao menos mantê-las para que o setor canavieiro consiga sair da crise que se encontra. Esta é só uma das questões que envolvem o problema da cadeia sucroenergética brasileira sendo, no entanto, fundamental para a sobrevivência da cana-de-açúcar.

            Existem inúmeros aspectos técnico-científicos que englobam tal assunto, sendo impossível abordá-los num único artigo e, portanto, tentarei resumir os principais tópicos que influenciam e determinam qual será a produtividade de uma lavoura de cana nos atuais moldes do país.

Figura 1. Canavial altamente produtivo
Figura 1. Canavial altamente produtivo 
  1. Condições Edafoclimáticas

O ambiente de produção deve ser o primeiro aspecto a ser analisado numa área de plantio ou replantio de cana, sendo o recurso natural solo o principal ator desse ponto de análise. Identificar o tipo de solo, sua fertilidade, características físicas e regime hídrico poderão determinar grande parte da produtividade da planta.

  1. Características Agronômicas

Em termos de planta, as características agronômicas mais latentes envolvem aspectos de fitotecnia, nutrição, controle fitossanitário e rotação de culturas. Traduzindo a frase anterior, a escolha da variedade correta para o ambiente de produção, seja esta cana-energia, resistente à seca ou a doenças, abrange a fitotecnia; uma adubação bem feita para cana-planta ou cana-soca, fertirrigação e aproveitamento dos subprodutos (torta, cinza e vinhaça) fazem a nutrição; combate de pragas, nematóides e uso de controle biológico atuam no controle fitossanitário e por fim a rotação de culturas com leguminosas, adubação verde ou mesmo o sorgo sacarino auxiliam na prevenção de problemas fitossanitários, condicionam a melhoria do solo e proporcionam o prolongamento da safra.

  1. Irrigação

A questão da irrigação nos canaviais vem sendo cada vez mais valorizada, principalmente depois de um ano terrivelmente seco na região sudeste. Existem inúmeras opções de métodos e sistemas de irrigação que podem ser utilizados para a cana, mas um que vem ganhando destaque é o gotejamento enterrado. Pelo gotejamento é possível fornecer água para a soqueira exatamente onde é necessário, nas raízes, evitando-se perda por evaporação e aumentando a eficiência da irrigação. Pode-se fazer a fertirrigação, particionando as áreas em setores e controlando exatamente a quantidade de água e adubo que será aplicado em cada época do ano, economizando assim água, energia e tempo, mas principalmente aumentando a produtividade e rentabilidade do produtor.

  1. Planejamento e Sistematização

O planejamento hoje está tão tecnificado que fica complicado de se monitorar uma grande área produtiva sem o uso de geotecnologias. A utilização das imagens de satélite aliadas aos softwares de geoprocessamento são procedimentos fundamentais para se otimizar e facilitar as operações agrícolas georreferenciadas e o uso de agricultura de precisão. Além disso, a utilização dos Vants ou Drones nas lavouras já é um caminho sem volta.

  1. Colheita Mecanizada

Coloco aqui a colheita sem desdenhar das outras operações agrícolas, tão importantes quanto à mesma, mas o agravante custo de produção e tecnologia embarcada me faz destacar tal operação. A colheita necessita de muitos cuidados para a preservação da produtividade do canavial, como evitar o pisoteio das soqueiras e as perdas visíveis que tanto ocorrem no campo. Além disso, o tópico mais importante aqui deve ser o treinamento e capacitação dos operadores para que os mesmos trabalhem conscientes de que o que fizerem no campo terá impacto direto no bolso deles. Para complementar, os conceitos de canteirização e ETC (Estrutura de Tráfego Controlado) prometem revolucionar a forma de se colher cana no Brasil, só nos restando esperar para ver.

  1. Etanol 2G

Por último, mas não menos importante aparece o etanol de segunda geração, já tratado no blog, que pretende dobrar a produção de etanol por hectare de cana (l/ha). Com a possibilidade de se verticalizar a produção através do etanol 2G, não só consegue-se evitar a abertura e ocupação de novas áreas como se produzirá mais litros de álcool por hectare de cana plantada, aumentando-se assim a produtividade do canavial em termos de etanol. Com isso, o setor poderá se tornar muito mais competitivo perante a gasolina, independente das condições políticas e regulatórias do setor.

Desta maneira, percebe-se que existe uma série de ações a serem tomadas pelo setor sucroalcooleiro que podem não só manter a produtividade atual como também elevá-la a outros patamares, permitindo a produção de mais ATR por kg de cana, mais litros de etanol por hectare e mais biomassa para a geração de energia elétrica. Obviamente que aspectos como linhas de crédito, reforma de canaviais e incentivos governamentais influenciam diretamente na produtividade, mas talvez não a produtividade que está ao alcance dos usineiros.

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Thomaz Penteado
Graduando em engenharia agrícola na UNICAMP.  Escreve sobre recursos hídricos, bioenergia, cafeicultura e agricultura de precisão.

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Agricultura de precisão: Luxo ou necessidade?

Por Thomaz Penteado

             Este assunto é muito interessante tanto do ponto de vista tecnológico quanto dos rumos que a nossa agricultura está tomando. Segundo o pesquisador da Embrapa Instrumentação Ricardo Inamasu, a agricultura de precisão é um tema abrangente, sistêmico e multidisciplinar, que não se limita a algumas culturas nem a algumas regiões, se tratando de um sistema de manejo integrado de informações e tecnologias, fundamentado nos conceitos de que as variabilidades de espaço e tempo influenciam nos rendimentos dos cultivos. A agricultura de precisão visa o gerenciamento mais detalhado do sistema de produção agrícola como um todo, não somente das aplicações de insumos ou de mapeamentos diversos, mas de todo os processos envolvidos na produção.

            Baseado neste conceito é possível compreender que a agricultura realizada hoje no Brasil e em qualquer lugar do mundo vem se modernizando e incorporando tecnologias de diversas naturezas para o aumento de produtividade. Mas como é possível se fazer isso? Para a efetiva aplicação de agricultura de precisão é necessário um princípio básico de qualquer trabalho, seja em campo, numa empresa ou em pesquisa, coleta de dados e o uso correto dos mesmos, para com isso gerenciar a propriedade e os recursos naturais que nela se encontram como solo, planta e água. A agricultura de precisão vem sendo feita em pequenas, médias e grandes propriedades desde muito tempo atrás sem que os agricultores se dessem conta disso. Uma simples medição de precipitação de chuva, a anotação de quantas sacas de feijão rendeu numa safra e a comparação de onde produz mais em diferentes áreas da fazenda se caracterizam por uma gestão de precisão.

            Um exemplo latente de como as técnicas de precisão são extremamente úteis e essenciais para os agricultores brasileiros está no ocorrido recentemente com a falta de água para o plantio de soja no centro-oeste. Assim que a primeira chuva de primavera forneceu condições de plantio, os produtores colocaram suas máquinas no campo dia e noite (Figura 1). Isso mesmo, à noite! Como é possível isso? As plantadeiras possuem GPS embarcado que traçam a linha de plantio georreferecenciada por satélite. Além disso, existe um piloto automático que faz isso sem a necessidade de um ser humano no volante. Quando chegar a época de colheita, o operador usa o mesmo mapa traçado no plantio para comandar a colhedora, e se necessário colher os grãos também à noite.

Figura 1. Plantio noturno de soja
Figura 1. Plantio noturno de soja

            Desta maneira, seja grande ou pequeno produtor, as opções de equipamentos disponíveis no mercado com a agricultura de precisão embarcada crescem a cada dia, auxiliando o produtor e muitas vezes sendo primordiais para o sucesso de uma safra com dificuldades climáticas, como a desse ano. Mais importante que a máquina e a tecnologia, é a pessoa que utilizará tudo isso para gerenciar e planejar as operações de sua propriedade. Os dados e informações acumulados ao longo de alguns anos permitem o agricultor planejar não só o que acontece dentro de sua porteira, mas todo o investimento que ele necessitará realizar no futuro.

Com isso, é possível dizer que a agricultura de precisão pode ser um luxo em algumas ocasiões, quando o fazendeiro controla o acionamento de seu pivô central do tablet no sofá de sua casa, mas também é uma necessidade cada vez maior para se evitar perdas e quebras de safras, otimizando recursos e planejando o ano agrícola.

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Thomaz Penteado
Graduando em engenharia agrícola na UNICAMP.  Escreve sobre recursos hídricos, bioenergia, cafeicultura e agricultura de precisão.

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A cana-de-açúcar pede água

Por Thomaz Penteado

            O título deste post segue uma tendência prevista por especialistas do setor sucroalcooleiro, pesquisadores e profissionais do campo. Muito antes deste ano de seca extrema no sudeste brasileiro, o grupo que formou o projeto “Cana Pede Água” já antevia a necessidade de se irrigar determinadas áreas do noroeste paulista para não ocorrerem perdas significativas de produtividade dos canaviais. Os produtores nordestinos e australianos já se utilizam de irrigação permanente a muito tempo, garantindo a produção em suas regiões.

            Recentemente foi divulgado o primeiro seminário brasileiro de irrigação de cana-de-açúcar com água (não vinhaça), o Irrigacana, organizado pelo GIFC (Grupo de Irrigação e Fertirrigação de Cana-de-Açúcar) que debaterá sobre uma maior difusão sobre o assunto irrigação de cana e o manejo da água direcionado para o aumento da produtividade e recuperação do setor sucroenergético no Brasil. Além disso, o governo federal representado pela SENIR (Secretaria Nacional de Irrigação) solicitou um estudo sobre a “Análise Territorial para o Desenvolvimento da Agricultura Irrigada no Brasil”, onde segundo o secretário nacional de irrigação, o objetivo é gerar uma configuração do território brasileiro capaz de orientar a execução de políticas públicas de irrigação e o desenvolvimento de um sistema de consulta automatizado, visando ao uso gerencial dos dados produzidos pelos gestores, apoiando o processo de tomada de decisões quanto ao direcionamento dos programas e projetos de agricultura irrigada pelas regiões do país.

            Tais iniciativas são de extrema importância para o futuro da indústria da cana no Brasil assim como a alavancagem da produção do etanol 2G e da manutenção das usinas no setor. É louvável a iniciativa do governo de se buscar um mapeamento de possíveis áreas a serem irrigadas, não só para a cana, mas demonstrando a importância de se gerir a água doce e a irrigação de forma séria e planejada. A Coplacana em Piracicaba estima      20% de queda de produtividade para os canaviais da região e quebra de safra geral. Para se evitar esse tipo de problema, os produtores de cana terão que começar a pensar em irrigar ao invés de somente torcer por chuva que não chega.

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Thomaz Penteado
Graduando em engenharia agrícola na UNICAMP. Trabalha com avaliação de terras. Escreve sobre recursos hídricos, bioenergia, cafeicultura e geotecnologias.

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Tecnologia a serviço do café

Por Thomaz Penteado

            A cafeicultura mundial vem incorporando tecnologias de produção, beneficiamento e armazenagem ao longo de sua história, sempre buscando melhorar a qualidade do café agregando valor ao mesmo. O Brasil passa por uma mudança na gestão de suas lavouras cafeeiras, buscando driblar os problemas de ausência de mão-de-obra e mais recentemente déficit hídrico. A produção global de café vem crescendo ao longo da última década (Figura 1), sendo cada vez mais necessária a incorporação de tecnologia no manejo da cultura do café.

Figura 1. Produção mundial de café em milhões de sacas Fonte: R. Consulting
Figura 1. Produção mundial de café em milhões de sacas
Fonte: R. Consulting

           A Conab divulgou no mês de setembro uma previsão da safra de café 2015 que vem causando polêmica entre analistas, produtores e traders do setor. Frente as 48,83 milhões de sacas previstas pelo órgão do governo, a J. Ganes Consultoria prevê menos de 40 milhões de sacas, número este que parece bem mais razoável frente às dificuldades enfrentadas neste ano de clima atípico.

            É neste contexto que a tecnologia entra em cena para fornecer auxílio aos produtores, minimizando a quebra de safra e os percalços que isso causa. Desta forma, muitos produtores já estão fazendo uso de podas drásticas considerando safra zero para 2015. A poda (Figura 2) serve para fazer uma renovação de porte e galhos para as plantas, evitando-se os gastos com uma colheita de baixa produção.

Figura 2. Poda do cafezal
Figura 2. Poda do cafezal                                    

           Além da poda, outro aspecto tecnológico que vem mudando a configuração dos cafezais brasileiros é o da colheita mecanizada que hoje já representa metade das áreas produtivas do país. Sendo assim como fica a cafeicultura de montanha? O desenvolvimento de máquinas para as montanhas vem ganhando força, valendo ressaltar o projeto de uma colhedora (Figura 3) capaz de trabalhar em até 50% de inclinação de terreno, que o departamento de engenharia agrícola da UFV (Universidade Federal de Viçosa) sob responsabilidade do Prof. Mauri Martins Teixeira, pretende disponibilizar para o mercado da cafeicultura.

Figura 3. Colhedora revolucionária da UFV
Figura 3. Colhedora revolucionária da UFV                           

            Para manter e mesmo aumentar a produção do café brasileiro será necessário sempre investir em pesquisa e desenvolvimento que solucione os reais problemas do produtor, permitindo que o produto final chegue a mesa do consumidor a um preço acessível.

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Thomaz Penteado                                                                                         Graduando em engenharia agrícola na UNICAMP. Trabalha com avaliação de terras. Escreve sobre recursos hídricos, bioenergia, cafeicultura e geotecnologias.

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Panorama do Café Brasileiro

Por Thomaz Penteado

            O café é um dos produtos alimentícios mais consumidos mundialmente e responsável por integrar as pessoas, seja na mesa ou nas cafeterias e padarias ao redor de nossas cidades. Essa planta incrivelmente resistente e exótica traçou um percurso de proporções continentais até chegar às terras brasileiras. Originário da África, mais especificamente das regiões da Etiópia (Arábica) e do centro-oeste africano (Robusta), as plantas de café passaram pelas mãos dos árabes, indonésios, holandeses e franceses até chegarem a Terra Brasilis.

            Após a dispersão das plantas cafeeiras pelo Brasil no século XVIII, ocorre a criação do 1° programa de melhoramento genético de café no IAC (Instituto Agronômico de Campinas) em 1887. A partir daí, as variedades de plantas só aumentaram, se propagaram pelo país todo consolidando o Brasil como o maior produtor mundial de café e segundo maior consumidor. Típica, Caturra, Catuaí, Mundo Novo, Bourbon, Icatu, Acaiá e Rubi são algumas das variedades disponíveis para o desenvolvimento de uma lavoura cafeeira tipicamente brasileira (Figura 1).

Figura 1. Variedades de café
Figura 1. Variedades de café

                Assim como toda a agricultura mundial, o café também vem sofrendo com as alterações climáticas que o planeta apresenta. Muita pesquisa e transferência de tecnologia já foram feitas no sentido de se criar plantas resistentes a seca, ao calor excessivo, as pragas e doenças como bicho mineiro, ferrugem e diferentes portes em altura e adensamento. Mesmo assim, estudos como o do Atlas Digital desenvolvido pela Embrapa Meio Ambiente junto ao quarto relatório do IPCC (2007) mostram previsões preocupantes com relação ao aumento de temperatura, fato que pode influenciar diretamente a produção cafeeira brasileira. A Figura 2 mostra a previsão de temperatura máxima otimista (B1) e pessimista (A2), onde a florada do café pode ser altamente impactada.

Figura 2. Evolução de temperatura máxima
Figura 2. Evolução de temperatura máxima

            Apesar dos problemas vividos pelos cafeicultores brasileiros, a comercialização do grão é favorável. Segundo a SECEX (Secretaria de Comércio Exterior do MDIC), as exportações brasileiras de café em grão obtiveram receita de US$ 510,6 milhões em agosto, com média diária de US$ 24,3 milhões em 21 dias úteis. O volume embarcado totalizou 2,689 milhões de sacas de 60 quilos, com média diária de 128,1 mil sacas. O preço médio foi de US$ 189,90 por saca em agosto. Na comparação entre agosto de 2014 e julho de 2014, as exportações de café subiram 7,2% no valor médio diário e 6,4% na quantidade média diária, enquanto o preço médio avançou 0,8%. Houve, portanto, em agosto de 2014, um incremento de 49,4% em receita média diária e aumento de 17,5% na quantidade média diária embarcada no comparativo com agosto de 2013. O preço médio diário nas exportações em agosto de 2014 foi 27,2% superior ao de agosto de 2013.

            Conclui-se, portanto que a cafeicultura brasileira é feita de verdadeiros guerreiros agricultores que não se abalam com qualquer fenômeno climático desfavorável, se unindo em cooperativas e associações para manter a cultura mais forte que nunca. Realmente um exemplo de persistência e disposição para se manter no campo produzindo com qualidade.

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Thomaz Penteado

Graduando em engenharia agrícola na UNICAMP. Trabalha com avaliação de terras. Escreve sobre recursos hídricos, bioenergia, cafeicultura e geotecnologias.

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